CARLOS PENA FILHO
SONETO PARA GRETA GARBO
Entre silêncio e sombra se
devora
e em longínquas lembranças se consome
tão longe que esqueceu o próprio nome
e talvez já não sabe por que chora
e em longínquas lembranças se consome
tão longe que esqueceu o próprio nome
e talvez já não sabe por que chora
Perdido o encanto de esperar
agora
o antigo deslumbrar que já não cabe
transforma-se em silêncio porque sabe
que o silêncio se oculta e se evapora
o antigo deslumbrar que já não cabe
transforma-se em silêncio porque sabe
que o silêncio se oculta e se evapora
Esquiva e só como convém a
um dia
despregado do tempo, esconde a tua face
que já foi sol e agora é cinza fria
despregado do tempo, esconde a tua face
que já foi sol e agora é cinza fria
Mas vê nascer da sombra
outra alegria
como se o olhar magoado contemplasse
o mundo em que viveu, mas que não via.
como se o olhar magoado contemplasse
o mundo em que viveu, mas que não via.
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